domingo, 26 de abril de 2009

Amarelo.

Perto da estante, à direita, havia uma pequena mesa de madeira. Em cima dela livros, lápis, canetas, réguas, papéis, cola, um caderno. Olhando mais atentamente o caderno, via-se palavras, escritas ou coladas aleatoriamente. Algumas marcadas em verde-oliva, outras rabiscadas em vermelho vivo. O caderno permanecera aberto durante toda a manhã, enquanto o magro e pequeno André recortava mais palavras de um livro já cheio de falhas.

Ouviu uma voz feminina do andar de baixo o chamando pelo nome. Deu de ombros, mesmo quando ouviu-a mais uma ou duas outras vezes. Com uma tranquilidade infinita, terminou seus recordes e levantou-se do chão frio, colocando cuidadosamente as palavras dentro do caderno, o fechando em seguida.

Foi até a janela. Crianças brincavam no meio da rua. As traves eram os sapatos que as mães dos jogadores haviam, horas antes, dito que não deveriam ser retirados. A bola usada para jogar futebol fora comprada pelo tio da goleira do time do lado esquerdo, a Eugênia. Mas era de vôlei.

André observou-os jogar até a hora em que as mães apareceram nas portas, chamando um por um pelo nome, pra voltarem pra casa. Depois voltou ao seu caderno, colando as palavras. Escreveu no fim da página: amarelo. Foi para a próxima e tornou a repetir no alto: amarelo. Separou seus recortes. Um pouco abaixo, colou "verde" na vertical. Mediu três dedos e colou outro "verde", também na vertical. No meio da página desenhou algo parecido com um círculo. Colou a, m, r, e, e l dentro do círculo.

Um rosto redondo e rosado apareceu pela fresta da porta.

- Vamos, meu querido. Está na hora do almoço.

O menino moveu a cabeça e olhou para o rosto gentil, abrindo um sorriso frágil. Levantou-se da cadeira e parou alguns instantes, olhando novamente pela janela.

- Mamãe, que cor é a bola da Gegê?

- Amarela, querido.

André abriu um sorriso de satisfação. Segurou na mão de sua mãe e ambos desceram pelas escadas, até a cozinha.

3 comentários:

  1. Nossa, gostei do texto, menino mega criativo, na certa é uma boa pessoa. E eu vou ter que dizer, mas você sabe escrever sim, sempre exagera quando fala que não. u.u
    Poste mais textos. '-'

    ResponderExcluir
  2. Não entendi o contexto, explique. u.u
    Brimks, Oi.
    Ficou bem escrito, ela só sabe escrever contos porns ai diz que não sabe escrever mais nada. Acéfala. _o_

    ResponderExcluir
  3. Aloks. Seus aloks. Não tem contexto, assim, seu lá. Eu estava sob efeito de alucinógenos. -q
    Hey, vou postar um porn.

    ResponderExcluir